Findo o ato eleitoral autárquico do dia 26 de setembro de 2021, apraz-me fazer o comentário, a frio, não de tudo o que se passou, porque tal seria já despiciendo e maçador, mas sim de um ponto que, a meu ver, é de absoluta relevância e que vejo também, ainda, muito pouco discutido.
Neste espaço de opinião que me é concedido, falo do Futuro da Guarda, sendo que o horizonte da nossa terra não pertence e nunca pertencerá, apenas, àqueles que nos governam. Pertence-nos – desde logo, a mim e a todos os jovens que integraram, corajosamente e com orgulho, as listas à Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleias de Freguesia dos partidos e do movimento independente que se apresentou ao referido sufrágio.
Efetivamente, num território de “baixa densidade”, como é o nosso, não há nada mais satisfatório do que constatar a participação e o interesse da juventude – a meu ver, em crescendo -, pelas lides políticas. Houve garra, entrega e devoção às causas. Os jovens mobilizaram-se no apoio às candidaturas e no debate de ideias. Estão todos de parabéns, mesmo aqueles que ficaram “de fora” e sempre atentos ao que se passava “lá dentro”. Estou certo de que serão os próximos a dar o passo decisivo. Vamos em frente!
Se não pegarmos agora na batuta, ninguém virá substituir-nos nessa demanda. Nós, jovens da Guarda, temos de ser donos do nosso próprio destino, porque esse é um destino que não se compadece com mais adiamentos. Não podemos abster-nos de nada, porque esta é uma chamada à qual não podemos faltar. Não há tempo para ceticismos e para o discurso bafiento da descrença e da desgraça. Se gostamos da nossa terra, temos de ir à luta por ela. Não basta votar apenas, porque isso é o mínimo que nos é exigido; não basta falar sobre as questões com o amigo do lado: é preciso participar (participar muito!), e estar alerta. Tudo o que não fizermos hoje, vai refletir-se amanhã e em dobro. Tudo o que não exigirmos neste momento, não será concedido também aos jovens que depois de nós virão. Quem achar que não lhe cabe a si intervir, pois então “não lhe caberá”, certamente, a crítica, seja ela, ou não, certeira. Se é verdade que nem todos nascemos para a política, é também verdade que todos – sem exceção – vivemos na Polis. Devemos, então, decidir se queremos, ou não, ser vozes ativas e participativas, cada um à sua maneira. Não há desculpas! Está tudo nas nossas mãos!
A VOZ DOS JOVENS É PRECÍPUA
Somos a Guarda do futuro. Uma cidade será tão melhor quanto melhor for também o capital humano de que dispõe. A Guarda tem cabeças extraordinárias que estão dispostas a dar o melhor de si em prol do desenvolvimento da sua terra. Não é uma frase feita. Não é um lugar comum. Esta é, apenas e só, uma realidade inexplorada. Apostar nos jovens, sem hipocrisias nem cinismos, é apostar no amanhã. Deixá-los para trás e votá-los ao desprezo, é assumir a derrota e a perfídia. Os jovens não ficam onde não se sentirem ouvidos e respeitados. As decisões têm de passar por nós. Não é um capricho, é um questão de sobrevivência.
OS JOVENS PENSAM MUITO, LIVREMENTE E SEM AMARRAS
A minha geração está pronta. Estamos preparados, não apenas para dar a nossa opinião, mas para executar. Para além da nossa formação, temos projetos, ideias novas, rasgo e, mais importante do que tudo o resto – nada que nos amarre ao cinzento do passado. A única filiação que podemos ter é, quiçá, partidária ou, se quisermos, ideológica, porque os ideais são as ferramentas para a construção de alternativas, sendo que, acima de todas as querelas ideológicas, deverá estar a Guarda e o seu desenvolvimento continuado.
OS JOVENS ROMPEM COM O STATUS QUO
E isso assusta muita gente, bem sei. Contudo, mais do que ter medo do desconhecido, a Guarda deve ter medo do que já conhece. A juventude está aqui para servir o concelho e para estar nos centros de decisão. Quem não confia nos jovens, das duas, uma: ou não tem um pingo de visão ou está apenas apostado em projetos pessoais, surdos e mudos, que corroam ainda mais o nosso projeto coletivo, que é o Futuro da Guarda.
Grande reflexão. A ler com atenção.