Blockchain: A Guarda tem condições para ser «um dos centros da soberania digital europeia»

A Guarda tem condições para receber uma das mais importantes unidades da Rede Europeia de Blockchain. À frente de um projeto-piloto está António Matias Gil, que lidera também tecnicamente um consórcio de universidades, politécnicos e empresas, que apresentou uma candidatura, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, com a a qual pretende colocar Portugal no centro de uma nova política europeia que tem por objetivo recuperar a “soberania dos dados”, atualmente na posse, em grande parte, de empresas norte-americanas. E esta pode ser a grande oportunidade para uma cidade do interior: não se trata de criar nenhum Silicon Valley com vista para a Serra da Estrela, mas de atrair empresas de base tecnológica e fixar trabalhadores digitais, altamente qualificados, a operar daqui para todo o mundo. Pode parecer ficção, mas quem o defende já foi utópico noutras ocasiões. Por exemplo, quando fundou, na Guarda, uma das primeiras empresas no país a fornecer serviços para a Internet, em meados da longínqua década de 90. União entre instituições, pensamento estratégico a longo prazo e capacidade de correr riscos são as três condições que Matias Gil vê como necessárias para que a cidade ganhe este desafio. Senão «outras vão fazê-lo».