Veio viver e trabalhar para a Guarda por amor, luta por uma cidade para peões, ciclistas e pais com carrinho de bebé

Pode uma cidade de montanha ser pedonal e ciclável? Pode, mas é preciso mudar muita coisa. Com a chegada das bicicletas elétricas, há quem, na Guarda, já use este meio de transporte nas deslocações do dia-a-dia. E mesmo entre os utilizadores das bicicletas convencionais, o pedal começa a ser mais do que um desporto. Mas para uma cidade cuja altitude varia entre os 800 e os 1000 metros, o chamado incremento dos modos suaves ainda é uma excentricidade. Falta alterar as próprias condições de circulação dentro do perímetro urbano. Essa tem sido uma das batalhas de Rui Sousa, que vive na Guarda (a partir de onde trabalha) há mais de uma década e desloca-se, sobretudo, de bicicleta. Não é caso único e considera que esta prática primeiro estranha-se, mas depois entranha-se. Assim foi em Lisboa, no início da carreira profissional na sede de um banco, quando estacionava o veículo de duas rodas junto ao automóvel do presidente da instituição. Mas na Guarda, cidade que o acolheu devido a uma história de amor, Rui Sousa viu poucas alterações no paradigma do transporte individual e coletivo, ao longo da última década. A cidade é agreste, não só para quem queira andar a pé ou utilizar a bicicleta, como também para os cidadãos com mobilidade reduzida ou para jovens pais que tentem passear um carrinho de bebé.