Onze milhões de euros: o presidente da APDL-Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo tornou público o montante estimado do investimento no terminal ferroviário da Guarda, de que passou a ser gestora por concessão atribuída pelo Governo. Trata-se da infraestrutura que funcionará como base para o estatuto aduaneiro e transitário de porto seco, o primeiro em Portugal (ver notícia anterior aqui). Revelação feita esta quarta-feira, em Mangualde, num seminário sobre as obras, em curso, de modernização da Linha da Beira Alta. Nuno Araújo sublinhou a proximidade com Espanha para justificar a prioridade colocada no desenvolvimento das operações a partir da Guarda e considerou que a infraestrutura vai ter a maior importância no processamento de mercadorias, por via ferroviária, entre todos os portos marítimos nacionais, não apenas o de Leixões, e a Europa. Esse potencial foi igualmente sublinhado pelo presidente da Associação de Transitários de Portugal, António Martins. Mas o investimento de mais de 300 milhões de euros a decorrer em toda a extensão da Linha da Beira Alta, aliado ao que já foi concretizado na Linha da Beira Baixa, abre novas possibilidades, também, ao serviço de passageiros. Desde logo porque as várias correções ao traçado (com a supressão de túneis e de curvas acentuadas, incluindo a de Vila Franca das Naves) vão permitir encurtar o tempo de viagem entre a Guarda e a Pampilhosa em cerca de meia hora. E porque a CP estuda a criação de dois comboios: o Académico entre Castelo Branco e o Porto (que existiu há duas décadas) e um Intercidades Lisboa-Porto pelo interior, com paragem em Castelo Branco e na Guarda.
Benespera, a “Capital Ferroviária da Linha da Beira Baixa”, festejou primeiro aniversário da reabertura
Este seminário realizado em Mangualde (embora muito focado no potencial da Guarda como grande centro ferroviário da região) teve lugar exatamente na data em que se completou um ano desde a inauguração da modernização do troço da Linha da Beira Baixa até à Covilhã. Embora a reabertura tenha ocorrido dois dias antes, a 2 de maio. Efeméride celebrada festivamente na Benespera, onde a nova associação Move Beiras inaugurou uma placa alusiva, no edifício de passageiros da estação.
Para quem, como eu, está longe da minha terra – a Guarda – é sempre gratificante acompanhar o que se passa e a projeção para o futuro.
Gostei e serei sempre seguidor atento.