Este podcast foi produzido com Inteligência Artificial generativa, com supervisão, verificação de factos e validação final do conteúdo pelo responsável editorial do “Futuro da Guarda”.
As eleições legislativas do passado domingo deixaram sinais que não podem ser ignorados. A leitura é de João Raimundo. O diretor da Escola Profissional da Guarda lembra que a principal conquista de Abril permanece inabalável: o direito de cada cidadão escolher, em liberdade e igualdade, os seus representantes. A legitimidade do voto expressivo numa força extremista não pode ser posta em causa, alerta. Não tentar compreender as razões desse resultado é que seria continuar a enterrar a cabeça na areia.
Neste episódio, o antigo dirigente sindical aponta questões estruturais, como o desinvestimento na Educação, que considera um dos grandes falhanços da democracia portuguesa. Sem uma escola pública exigente e de qualidade, cresce o espaço para o populismo. “Uma sociedade culta será mais livre”, diz citando Sá Carneiro, ao passo que uma sociedade menos esclarecida torna-se vulnerável, sobretudo quando falha a memória coletiva, por exemplo em temas como a imigração.
A poucos meses das eleições autárquicas, João Raimundo sublinha que é fundamental perceber a mensagem deixada pelo eleitorado. A escolha de candidatos deve evitar a perda de contacto com a realidade por parte das forças políticas. Cem por cento de apoio dentro de uma sede partidária pode valer muito pouco nas urnas, avisa, numa referência a designações já feitas antes do inesperado processo eleitoral para a Assembleia da República.
Lamenta, por isso, que o PS local tenha deixado escapar uma alternativa credível e afirma que cabe agora ao PSD não repetir o erro. Sem se prender a lógicas partidárias, e lembrando que as autárquicas são eleições profundamente personalizadas, João Raimundo defende que a Guarda precisa de uma figura com visibilidade e capacidade para abrir portas.
Considera também que seria fatal para o PSD apoiar a recandidatura do atual presidente da Câmara, Sérgio Costa, depois de este ter concorrido como independente. Para o próprio autarca, aceitar o eventual apoio equivaleria a admitir que não conseguiu afirmar-se fora da esfera partidária.


