“até hoje fui sempre futuro” [em Rosa dos Ventos, de Almada Negreiros]
Decidi abrir esta minha apresentação com o bonito verso de Almeida Negreiros acima transcrito porque corporiza, de forma sintética mas eloquente, quer o espírito deste projeto quer o meu, enquanto colaborador do mesmo.
Por um lado, um projeto intitulado como “Futuro da Guarda” implica um desejo forte e estruturado de pensar a região e projetar ideias e soluções. Acredito que esta iniciativa decorra do muito que há por fazer para alcançar um futuro que, podendo até ser inalcançável, tem sido sucessivamente adiado. No entanto, citando novamente um artista português, Sebastião da Gama, “pelo sonho é que vamos”. E, só por isso, este projeto já vale a pena.
Por outro lado, na sequência do honroso convite endereçado pelo estimado diretor deste projeto, Rui Isidro, surjo como colaborador enquanto indivíduo que foi, até agora, praticamente sempre futuro. Sou um jovem de 24 anos que terminou recentemente o seu curso e estou a meses de iniciar a minha vida enquanto médico. Como tal, o momento de tornar o futuro em realidade e o potencial em concreto, apesar de estar para breve, também ainda não chegou.
Estes dois “projetos” partilham ainda a condição de serem da Guarda, gostarem dela e dedicarem-se a ela. Estou convicto, por isso, que será uma parceria frutífera e bem-sucedida.
Participarei neste projeto editorial através de um programa de periodicidade tendencialmente quinzenal, que será gravado e posteriormente disponibilizado em formato de podcast acessível a todos. Será um espaço que se quererá informal, abrangente e disruptivo, para cumprir o mote desta viagem – olhar em frente e ver mais longe, para que, a partir das nossas causas, lancemos o futuro.
Dado o período eleitoral em que nos encontramos e por integrar um movimento que concorre às eleições autárquicas no concelho da Guarda, entendo que, pela dificuldade inerente em destrinçar o comentador do candidato e seguindo também o princípio da igualdade de oportunidades, não devo iniciar este espaço antes das eleições. Como tal, darei o pontapé de saída, neste caso oral, após o dia 26 de setembro. Conto convosco, e com as vossas críticas e sugestões, a partir desse dia.