Grande entrevista a Sérgio Costa: «Quando temos convicções, devemos saber afirmá-las e não andar a ziguezaguear»

É a primeira grande entrevista do presidente eleito da Câmara Municipal da Guarda. A uma semana e meia da tomada de posse (marcada para o próximo dia 16), Sérgio Costa responde, durante mais de uma hora, a questões sobre os objetivos e as prioridades do mandato em que sucederá ao adversário nestas eleições, Carlos Monteiro.

Começa por esclarecer que não haverá, propriamente, uma primeira medida, carregada de simbolismo, que queira tomar assim que iniciar funções. A lista das opções possíveis é extensa, o tempo é curto e a equipa não é grande, tratando-se de um executivo com maioria relativa. Por isso, o novo presidente e as duas vereadoras que o acompanham (Diana Monteiro e Amélia Fernandes) começarão a trabalhar sem mais formalismos.

Sérgio Costa chega ao cargo aos 45 anos de idade e 27 anos depois de ter vindo estudar para a Guarda, atraído pela qualidade que o Instituto Politécnico então projetava no país. O jovem de Peso da Régua cumpriu o sonho que o pai, já falecido, tinha para o mais novo dos cinco filhos e formou-se em engenharia mecânica.

Mas a Guarda acabou por tornar-se numa opção para a vida, onde iniciou a carreira profissional, constituiu família e aderiu ao PSD, em 1995. Fez parte das estruturas locais do partido e participou em várias campanhas eleitorais.

O convite para integrar a lista vencedora de 2013 acabou por ser um acaso, embora resultado deste percurso de quase vinte anos. Já a vontade de ser, ele próprio, a suceder a Álvaro Amaro surgiu «com as circunstâncias». Sérgio Costa assume «com muito orgulho» o trabalho realizado nos pelouros que tinha sob a sua responsabilidade, em especial nos Serviços Municipalizados, cuja extinção, no segundo mandato, assegura ter contestado.

Entre as prioridades do novo Presidente da Câmara está a solução para o Plano de Pormenor da Quinta do Cabroeiro, que a última Assembleia Municipal deliberou retirar da ordem de trabalhos, com boa parte da bancada da maioria cessante a votar ao lado das dúvidas levantadas por um requerimento apresentado pelo CDS [recordar aqui a reportagem do Futuro]. Sérgio Costa diz querer salvaguardar todos os interesses «legítimos» e que «estejam dentro da lei». Mas garante que o documento levado aos órgãos executivo e deliberativo em cima das eleições não é aquele que o então vereador com o pelouro do urbanismo deixou pronto em devido tempo.

O futuro presidente da Câmara conta, também, inaugurar o Hotel de Turismo requalificado nos próximos quatro anos, assim como a Praça da Liberdade, que nascerá diante da entrada principal do Teatro Municipal da Guarda. Também quer ver concretizadas as variantes da Sequeira e dos Galegos. E ainda a Cidade Desportiva no Rio Diz e novos parques urbanos e áreas verdes.

A revisão do Plano Diretor Municipal é para concretizar «em seis meses», de modo a agilizar, por exemplo, o crescimento das zonas industriais da cidade e a criação de áreas de localização empresarial por todo o concelho. O Porto Seco é o projeto-âncora desta estratégia.

No centro histórico, Sérgio Costa quer colocar à discussão pública o destino das ruínas da antiga Casa da Legião, admitindo a criação de um amplo largo fronteiro à porta principal da Sé, e pretende intervir, também, na Praça Velha.

A conclusão dos Passadiços do Mondego, a recuperação dos trilhos do Noéme e a construção da ciclovia paralela à VICEG contam-se igualmente entre os objetivos da nova Câmara.

Tudo isto num executivo minoritário, que procurará consensos, admitindo todas os cenários.

Para ouvir num longo podcast com a marca Futuro da Guarda.