A Guarda pode vir a ser a cidade escolhida para a localização do futuro Centro Europeu de Competências para a Inovação Social, anunciado esta quinta-feira, em Bruxelas, pelo comissário europeu do Emprego e Direitos Sociais, Nicolas Schmit.
A criação da estrutura faz parte do Plano de Ação para a Economia Social, apresentado pela Comissão Europeia após as reuniões do Conselho dos Ministros do Emprego e Assuntos Sociais e do Comité Económico e Social Europeu que decorreram esta semana na capital belga, e segue os objetivos delineados na Cimeira Social realizada no Porto, em maio, no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.
«Precisamos impulsionar a inovação social em toda a União Europeia e existe um amplo financiamento que pode ser utilizado e já foi utilizado para projetos interessantes de economia social», destacou Nicolas Schmit. Neste contexto, o comissário revelou que «a Comissão criará em 2022 um novo Centro Europeu de Competência para a Inovação Social» e adiantou que a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social de Portugal, Ana Mendes Godinho, lhe manifestou «o interesse na criação de um centro deste tipo», tendo-lhe dado conta, também, da articulação existente com a homóloga espanhola, Yolanda Díaz.
Da parte do Governo português, existe uma forte possibilidade de localizar este futuro centro ibérico de formação para a economia social na cidade da Guarda, numa parcerias entre a administração central e as autarquias, as instituições de ensino e o setor social.
O comissário Schmit reconheceu que «as organizações da economia social enfrentam dificuldades no desenvolvimento e expansão das suas atividades, porque não são suficientemente compreendidas e reconhecidas. Precisam de mais e melhor apoio para crescerem e prosperarem, de modo a poderem ter um impacto ainda maior na sociedade».
São instituições que «graças às suas fortes raízes locais podem oferecer soluções inovadoras, da base para o topo, para muitos desafios globais atuais, como as alterações climáticas, a digitalização e a exclusão social», afirmou, destacando que «a economia social funciona com e para as comunidades locais, possuindo um enorme potencial de criação de postos de trabalho».
O Plano de Ação para a Economia Social hoje apresentado tem em vista «ajudar a economia social europeia a prosperar, tirando partido do seu potencial económico e de criação de postos de trabalho, bem como da sua contribuição para uma recuperação justa e inclusiva, e para as transições ecológica e digital».
«Com este plano de ação, creio que as organizações da economia social ficarão habilitadas a crescer, a ser reconhecidas e a ter um impacto ainda maior na sociedade», sublinhou.
Nicolas Schmit relevou também a importância, para as zonas desfavorecidas, das políticas definidas esta semana em Bruxelas: «A economia social e as empresas sociais podem trazer os serviços, atividades e empregos às zonas rurais e remotas e, por conseguinte, temos também uma forte cooperação com a comissária Ferreira [Elisa Ferreira, comissária europeia da política de Coesão e Reformas] sobre estas questões particulares no contexto mais territorial».
