A Guarda enfrenta o desafio de conseguir manter a capitalidade no ensino

Este podcast foi produzido com Inteligência Artificial generativa, com supervisão, verificação de factos e validação final do conteúdo pelo responsável editorial do “Futuro da Guarda”.

Cerca de um milhão e duzentos mil euros, para a criação de um Centro Tecnológico Especializado que se destinaria a servir toda a comunidade educativa do concelho, foi o investimento que a Guarda perdeu com o chumbo de uma candidatura a fundos do PRR, apresentada pela Escola Profissional.

O projeto foi considerado tecnicamente viável, mas os agrupamentos escolares da Guarda recusaram subscrever cartas de manifestação de interesse, que comprovassem a utilidade, para todos os alunos do secundário, da estrutura tecnológica que estava a ser candidatada.

Como aquele financiamento específico se destinava exclusivamente a estabelecimentos de ensino profissional, perdendo-o a Ensiguarda perderam-no igualmente os agrupamentos da Sé e de Afonso de Albuquerque. O PRR acabou por contemplar centros tecnológicos especializados no Fundão e em Trancoso.

A Escola Profissional da Guarda obteve cartas de apoio da Universidade da Beira Interior, dos institutos politécnicos de Castelo Branco e Viseu e de entidades de outros concelhos, como Sabugal, Meda e Freixo de Espada à Cinta, comprovando a reputação regional que alcançou.

Mas a entidade gestora do Plano de Recuperação e Resiliência considerou que, sendo um estabelecimento sediado na Guarda, o facto de não ter o interesse declarado da restante rede de ensino local fragilizava o projeto, em comparação com as candidaturas do Fundão e de Trancoso, onde houve um envolvimento coletivo que acabou por dar frutos. E o valor de 1 milhão e 200 mil euros, que podia ter sido investido na Guarda, foi dividido por aqueles dois concelhos.

O diretor da Escola Profissional, João Raimundo, lamenta o desfecho, que apresenta como um exemplo da falta de articulação de estratégias para o futuro da Guarda. A Câmara conduziu o processo e prometeu uma gestão profissional da candidatura, mas não conseguiu sensibilizar os responsáveis escolares para um princípio simples: ganhando um, todos ganhavam.

É mais um sintoma, afirma o responsável educativo, da perda de capitalidade que há vários anos a Guarda vem sofrendo na área do ensino. A nível distrital, Pinhel é neste momento um exemplo de estratégia acertada, reconhece.